Estádio do Varzim Sport Club, na Póvoa do Varzim

Teve lugar no Estádio do Varzim Sport Club, na Póvoa do Varzim, a 1ª edição do Rock Fest Costa Verde. Como cartaz, tínhamos as bandas Che Sudaka, Os Trabalhadores do Comércio, Moonspell e Xutos e Pontapés.

Os primeiros a tocar foram os sul-americanos Che Sudaka. Devo dizer que fiquei um pouco surpreso com a sua entrada em palco, um ritmo latino misturado com pop/rock e um pouco de hip/hop. E a julgar pelas caras que vi alguns fazerem, o sentimento era geral. Mas aos poucos eles lá foram conquistando o público (e não era fácil, na 1ª fila estava a falange de apoio dos Moonspell); graças a uma energia esfusiante e à alegria demonstrada, lá os conseguiram pôr a gritar pelo nome da banda! De salientar a prestação do baterista, para mim o elemento mais da banda em termos musicais. De seguida vieram Os Trabalhadores do comércio (TdC). Sérgio Castro e companhia fizeram aquilo que melhor sabem: brindaram o público com letras animadas ao som de rock & roll, blues e algum swing, carregadas de mensagens de intervenção e desprovidas de qualquer "cuidado linguístico". Enfim, TdC no seu melhor, assumindo-se como uma das bandas de intervenção que melhor o sabe fazer. De salientar a nova roupagem para a música "De manhã eu vou ao "pom", cantada ao estilo de dueto entre Sérgio Castro e Marta Ram. De seguida vieram os Moonspell (que celebram este ano o seu 18º aniversário). Primeira grande explosão de euforia da noite! Como tem sido hábito, abrem o espetáculo com "Axis Mundi", percorrem várias faixas do seu duplo álbum "Alpha Noir/Omega White" ("Love is Blasphemy", "Em Nome Do Medo", "New Tears Eve"), revisitando temas mais antigos como "Alma Mater". Mais uma atuação inserida na digressão nacional de promoção ao novo álbum, a deixar bastante satisfeitos os seus fãs. A fechar a noite, tivemos os Xutos e Pontapés, que estão a festejar os seus 30 anos de carreira! Ficam desde já os meus parabéns à banda que se mostra sempre jovem em palco, levando 2 gerações (quem sabe 3?...) aos seus concertos. Como seria de prever, este foi um concerto "de carreira"; começando com 5 temas do álbum "Cerco", passaram depois para temas mais recentes dos álbuns "Dados Viciados", "Mundo ao contrário" e "Dizer Não de Vez", deixando os clássicos "Contentores", "A Minha Casinha" e outros para o final. Com as vozes de todos os elementos (exceto Rui Cabeleira) a fazerem-se ouvir pelo menos uma vez a solo, o concerto foi entrando madrugada dentro sem se notar cansaço da banda ou do público. Eles que ainda voltaram para um "encore" de mais 3 músicas e, rendidos aos insistentes pedidos do público, ainda tocaram mais um tema antes de se despedirem. Memorável concerto para uma banda memorável.

Em termos de organização, de salientar o bom som e a boa atuação do DJ encarregue de animar o público entre atuações. Toda a estrutura estava bem montada (som, staff, policiamento), apesar de não ter tido muito público (arrisco-me a dizer 600 pessoas). Sendo o primeiro ano do festival, é compreensível e, tendo em conta como correu, prevê-se uma maior afluência no próximo ano. Mas como no melhor pano cai a nódoa, ficam 2 reparos a pontar. Se possível, uma melhor sinalização do local do concerto para quem não conhece a Póvoa; e segundo e não menos importante, 2€ a cerveja? Meus amigos, repensem isto pois foi dos valores mais altos que já paguei em concertos/festivais. Só me resta agradecer à Famarock pela oportunidade dada de assistir ao festival e agradecer também a simpatia da Patrícia Silva.

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Texto e Fotos: Davi Cruz