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Under the Ground - by Dico
Under the Ground - by Dico

Os ressabiados

A magna obra Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões, encerra magistralmente com a palavra “inveja”, tão familiar dos portugueses. Invejam quase sempre as realizações de terceiros, mas não invejam o trabalho, o esforço e o dinheiro investidos na prossecução das mesmas. São aqueles a que hoje chamamos os “ressabiados”. Ou, mais cruamente, os frustrados desta vida, os tristes que nunca passam das intenções de fazer algo.

Como esperava, desde que o meu livro Breve História do Metal Português foi editado, a 18 de março, abundaram provas desse ressabiamento. Não me faltam “amigos” que me dão palmadinhas nas costas e os parabéns pelo livro ou nem sequer chegam a pronunciar-se sobre o mesmo. Todavia, não perdem tempo a dizer mal. Resguardados pela negridão das catacumbas do chat do facebook não param de afirmar a outros “amigos” que o livro é “incompleto”, que “podia ser melhor”, etc.

Leram efetivamente o livro? Nesse caso, o que é que não perceberam da introdução quando afirmo que foi consciente a opção de centrar o livro essencialmente no período compreendido entre 1966 e 1983, abordando a fase 1984/1999 de forma mais resumida? O que é que não perceberam das razões que invoquei para tal? Escrevo grego ou a capacidade de entendimento desta gente é alarmantemente reduzida?

Se querem dizer mal do livro digam-mo na cara. Já muitos o fizeram, de forma honesta e direta, sem um pingo de cinismo ou cobardia. Agradeço-lhes, pois todas as suas sugestões imensamente foram válidas. Quanto aos outros critiquem à vontade justifiquem perante mim os vossos argumentos. E se tanto criticam lanço-vos um desafio: façam melhor! Escrevam um livro melhor, percam centenas de horas a investigar e a escrever ao invés de ficar a dormir, roubem tempo ao convívio familiar e, acima de tudo, invistam o dinheiro que podem e não podem nesse projeto, como eu fiz, num esforço financeiro avassalador. Eu fui à luta. E vocês? Portanto, se não são homens (ou mulheres) para levar a cabo um projeto desta magnitude e com estas implicações, só têm duas possibilidades: ou me fazem as críticas diretamente ou remetem-se à vossa insignificância, param de criticar e calam-se para sempre.

Dico

P.S. 1 - Estranho bastante que as revistas brasileiras da especialidade hajam dedicado mais atenção ao meu livro do que as nacionais. Senão vejamos: foram publicadas notícias sobre o livro nas influentes Rock Brigade e Roadiecrew, quer nos respetivos sites quer nas suas edições em papel. À exceção da Arte Sonora, que desde o início acompanhou a evolução da obra, publicando notícias no site, os títulos nacionais especializados de circulação paga não publicaram sequer uma breve.

O próprio site e-cultura, do Centro Nacional de Cultura, publicou duas notícias acerca do livro, manifestando uma abertura editorial que envergonha (ou devia envergonhar) os jornalistas profissionais especializados na área da música.

P. S. 2 - É inacreditável que um jornalista, ao sentir a “reputação” posta em causa, faça comigo uma entrevista de ajuste de contas. Um teste à minha paciência, uma vergonhosa manifestação de falta de profissionalismo e de capacidade de aceitação das críticas. Não esperava outra coisa da figura em questão.

 Dico


Livro Breve História do Metal Português: