ANIMAL HOUSE: ENTREVISTA PAGA A PÁGINA PORTUGUESA UNDERGROUND’S VOICE
A Página portuguesa “UNDERGROUND’S VOICE” entrevistou a banda brasileira de Santa Catarina, ANIMAL HOUSE. A Entrevista foi publicada no início desta Segunda-Feira, 29, onde o vocalista Mutley Animal comenta sobre a situação da cena underground nacional, planos futuros, história da banda e muito mais. Uma conversa bastante interessante a qual o público poderá entender um pouco melhor a proposta desta banda de thrash metal que ressurgiu após anos de inatividade e que desta vez, voltou pra fazer história:
Confira a entrevista originalmente publicada em: www.facebook.com/
“Depois de algum tempo de inactividade finalmente regressamos com uma entrevista internacional. Os Brasileiros Animal House responderam às nossas perguntas! Aqui fica a entrevista: ”
U.V – Começo por dar as boas vindas aos Animal House, é com todo o gosto que vos recebemos! Para que não vos conhece, podem começar por se apresentar?
A.H – Antes de começar, queria primeiramente agradecer ao espaço cedido para que a Animal House possa divulgar nosso trabalho, e mandar um forte abraço para todos nossos fãs portugueses. A Animal House foi fundada por mim, Mutley Animal, vocalista da banda, no ano de 2010, quando eu ainda morava no estado do Paraná. Eu estava descontente com a cena na cidade aonde eu morava e resolvi fundar eu mesmo uma banda, para fugir da cena engessada que tomava conta da cidade. Tivemos uma série de problemas, principalmente em relação à formação da banda, estrelismos de alguns músicos, falta de comprometimento de outros, alguns problemas a nível pessoal, mas nunca deixei de acreditar na banda e sempre segui em frente. Em 2011 começamos a gravar nosso primeiro disco, e o finalizamos em 2012, e fizemos o lançamento ainda em 2012, no primeiro semestre do ano.
U.V – Já contam com um álbum “First Blood”. O que podemos encontrar musicalmente neste álbum?
A.H – Eu diria que é um álbum bastante democrático. A principal idéia da Animal House era acrescentar algo novo, fazer algo diferente do que está sendo feito, se desprendendo de rótulos e criando uma identidade própria. Há varias influências perceptíveis no álbum como hard rock, heavy metal, thrash metal, mas tudo equilibrado. Há músicas mais rápidas, e também músicas que são mais lentas e pesadas, e há também músicas mais dançantes e melodiosas. Uma das intenções do disco foi principalmente mostrar a versatilidade e liberdade de criação da banda. Em poucas palavras, uma mistura de Hard Rock e Metal bem executada, com forte presença técnica, mas sem se desvencilhar do peso e agressividade.
U.V – Por trás do nome do álbum está um pouco da história da banda, é verdade? Contem-nos essa história!
A.H – O nome traz sim um peso histórico. First, por que se trata do nosso primeiro registro oficial, e Blood, remete a todas as provações que a banda passou, e ainda passa, desde seu início. Além dos problemas internos com os músicos, por muito tempo a banda foi boicotada de eventos e casas de show na cidade aonde foi fundada. Aconteceu inclusive de um produtor me falar poucas horas antes de um evento começar, tivemos que cortar vocês por que aquela banda disse que se vocês tocarem eles não tocam. Então o próprio nome do disco, remete a superação.
U.V – O álbum está disponível para download gratuito. Porque o decidiram disponibilizar dessa forma?
A.H – Uma das razões é o alcance. Um disco virtual tem um alcance muito maior que um disco físico. Dessa forma, qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo pode ter acesso ao nosso trabalho. Até por que se lançássemos em disco físico, as pessoas fora do Brasil iam acabar baixando as músicas pela internet mesmo, então já optamos por lançar direto na internet. Outro ponto importante, falta de dinheiro. No Brasil, tudo é excessivamente caro, e fazer a prensagem do disco, para a época que ele foi finalizado, estava muito fora do meu orçamento. Eu paguei a produção do disco inteiramente sozinho, então ao final eu não tive condições de fazer uma prensagem. Levou quase um ano depois do disco pronto para eu fazer as pazes com minha conta bancária. O fator produção também foi importante. Eu tive o azar de trabalhar com um produtor mau intencionado, que empurrava tudo com barriga. O disco acabou saindo com algumas falhas de equalização, perceptíveis de uma música para outra, mas como já estava tudo atrasado, e eu estava de mudança, precisei relevar certos aspectos que não me agradaram. Eu fiquei orgulhoso do disco, mas falo com total consciência que o resultado poderia ter sido melhor, se não fosse a má vontade do produtor. Felizmente, o público consegue enxergar além dessas falhas técnicas, e perceber que nosso disco é um trabalho sério e de qualidade. Eu pretendo no futuro, regravar o disco e então lançar o disco de maneira oficial, feito por um profissional competente, que dê ao disco a qualidade que a banda merece. Mas até lá, todos podem ir baixando gratuitamente.
U.V – Estão já a trabalhar em novas músicas. São músicas que estão no seguimento das do álbum ou vão apostar numa mudança?
A.H – Se você considerar que o nosso seguimento é não ter um seguimento fixo então tudo bem. Somos uma banda essencialmente experimentalista. Tentamos sempre criar algo novo, fugir dos clichês, obter identidade própria da nossa música. Nos norteamos principalmente por técnica e peso. Então, podem esperar composições que aliem técnica e peso, e principalmente diversificação, músicas rápidas, mais lentas, mas sempre bem estruturadas e pesadas.
U.V – A internacionalização da banda também é um objectivo?
A.H – Sem dúvida alguma. Diria inclusive que é uma das prioridades da banda. Levar nosso trabalho para fora do país. Já faz um tempo que começamos a mandar material nosso para fora, e a receptividade está sendo muito boa.