Nesta entrevista, eu tive a satisfação e honra de bater um papo com Luis Carlos, baterista e fundador da banda Statik Majik do Rio de Janeiro, a qual acaba de celebrar seus 10 anos de vida , levando na costa o título de a maior Banda de Stoner Metal do Brasil. Nesta entrevista teremos várias surpresas entre elas fatos e acontecimentos Históricos da banda passados na época do debut "Stoned On MusiK" (2010), além de detalhes sobre o novo álbum que está prestes a chegar, sobre á Tour Européia e de toda a trajetória da banda desde meados de 2002 com seu longo caminho até os dias de Hoje. Acompanhe.
1.O mais novo trabalho da banda se chama “Stoned on Musik” e mesmo lançado no ano de 2010, a banda hoje colhe grandes frutos como reconhecimento por parte do público e dos fãs, e revistas em geral. Quais foram os ingredientes nesse primeiro debut da banda?
Luis Carlos – Persistência, pois no meio do caminho das gravações perdemos um vocalista e um guitarrista, então, eu e thiago (Velásquez, baixo e voz) seguimos em frente e tivemos que nos virar para que o trabalho fosse lançado, sem contar com o grande apoio que tivemos do Flavio e do Ivan do estúdio HR.
2.A produção ficou a cargo de Flavio Pascarillo (baterista da banda Nordheim e Tribuzy), o que vc´s acharam da sonoridade final, e se fossem mudar algo, o que mudariam no álbum?
Luis Carlos – Sinceramente eu não mudaria nada, aliás, nem das demos, de ep, de nada. Acho que foi o que tinha que ser, só gostaria que na época do Stoned tivessemos um guitarrista efetivo e que de preferência já fosse o Thiago D`Lopes, pois gravamos com guitarrista convidado e tivemos uma pequena participação do Artur, mas o Thiago é mais a cara da Banda, porém eu adoro a sonoridade desse album e acho que existe grandes músicas nele.
3.Pra mim a faixa do álbum “Statik Majik” se tornou um hino, qual faixa pra vc´s é mais cantada nos shows da banda e que se torna impossivel deixar fora de seu set list?
Luis Carlos - Eu também gosto bastante dela, tanto é que a gente fez um clipe dessa música e sempre temos que toca-la. A faixa que seria impossível deixar de tocar seria “Shadows of Hope”.
4.Falando ainda do primeiro disco da banda, quanto tempo demorou pra gravarem todo o disco, e quem fez a arte da capa?
Luis Carlos - Quase dois anos e quem fez nossa arte foi o Andre Guimarães, um grande amigo e genial webdesigner carioca.
5.A Banda divulga arduamente o clipe da faixa "Statik Majik", como foi a gravação do mesmo, e quais os frutos desse mídia que a pouco tempo é usada pelas bandas brasileiras?
Luis Carlos - Fizemos em dois dias, em um dia gravamos a parte em que tocavamos e no outro com a participação da Adriana, a menina assustada do clipe (risos). Esse clipe repercutiu muito bem, tanto que tem quase 8 mil acessos no youtube, o que considero muito bom, foi uma pena que só pudemos lançar apenas um clipe pro cd “stoned”. Para o novo cd pretendemos lançar pelo menos uns 2 ou 3 clipes.
6.Nos fale um pouco sobre o novo disco da banda, vc´s podem nos adiantar um pouco sobre o novo álbum "Wrath of Mind", e o que seus fãs podem esperar dele?
Luis Carlos - A gente terá uma gravadora para lançar e serão 10 músicas com uma sonoridade bem mais homogênea que o primeiro, reflexo de uma formação estável desde a criação das músicas pro CD. Além das novas, inclusive estamos tocando duas delas ao vivo, também incluímos algumas músicas antigas e elas estão “repaginadas” com arranjos infinitamente superiores que as primeiras versões, então, aguardem um grande album. Sem contar que estamos com a produção do Renato Tribuzy que tem sido uma quarto integrante para Statik. A gente pretende lançar antes do disco, um single virtual, e também um clipe para essa música, vamos ver o que vai acontecer. O fato de termos uma Banda para compor e gravar o disco fez com que esse trabalho tivesse uma identidade maior que o “stoned” e nele você podem esperar o Stoner metal de sempre, porém com uma sonoridade mais forte, com refrãos mais marcantes, aguardem tenho certeza que vocês vão amar.
7. Hoje no Brasil está cada vez mais difícil se fazer e vender discos de Rock/Metal, e vc´s estão conseguindo tirar isso de letra. Na opinião de vc´s, qual é o maior problema enfrentado hoje pelas bandas do Brasil?
Luis Carlos - Se uma Banda não sai pra rua pra tocar e assim vender seu merchandise, ela não vai durar muito. Não adianta ficar em casa e achar que faz sucesso na internet. A internet ajuda mas não faz milagre (risos). O lance é que o Brasileiro precisa ser mais Brasileiro, seja Banda, público, promotor de shows, etc. E não falo de patriotismo aqui, apenas se gostar mais e não achar que só o que vem de fora é o que presta, claro que existem coisas de fora excelentes, mas no Brasil também têm e que não devem nada lá pra fora. O mal de muita gente por aqui é que ela é sempre muito crítica com o que existe aqui e com o que é de fora não, e muitas dessas críticas são infundadas e nada acrescentam. Gosto é gosto, tudo bem, mas se não gosta de algo, deixa pra lá, simples assim.
8.A Banda hoje conta com um trio, com um entrosamento impecável em palcos, como estão sendo os shows da banda, sendo que vc´s estão tocando muito?
Luis Carlos - Marcio, a Statik cresceu demais quando o Thiago (Velásques) entrou n Banda e também assumiu os vocais assim como a entrada do Thiago (D`Lopes) na guitarra. Sou agraciado com a dádiva de contar com esses dois grandes músicos na minha Banda. Felizmente, a gente tem tocado bastante e é aquilo,a gente faz do palco uma grande festa, assim deve ser o Rock and Roll: uma grande celebração.
9.É difícil se viver de shows e venda de cd´s no Brasil, como está sendo as vendas de “Stoned on Musik”?
Luis Carlos - As vendas foram boas, mas como eu disse antes, porque a gente meteu os pés na rua e caiu na estrada, pois foi assim que passamos a vender bastante cd e camisa da statik. Viver da banda ainda não é uma realidade, mas a gente faz tudo sem pressão, trabalhando e deixando as coisas acontecerem, melhor assim.
10.Recentemente a banda comunicou em seu site o cancelamento da "Back and Stoned Tour" que vcs´iriam fazer agora em Janeiro de 2013 nos Estados de MA PI e PA, o que de fato se sucedeu para que não fizessem essa Tour? E sobre o show com o Skull Fist?
Luis Carlos - Falta de comprometimento de quem faria nossa tour, e quando vimos que nada estava sendo acordado com os organizadores locais, resolvemos cancelar. Esperamos fazer uma tour com o lançamento do segundo disco, pois sempre temos recebido convites da galera do nordeste que curte nosso som em nossa rede social. . O show do Skull Fist não teve exito diante deste cancelamento da “Back and Stoned” no Nordeste incluía algumas datas com eles. É uma pena pois acho uma banda muito legal.
11.Vamos caminhar um pouco mais para o passado.A banda teve sua formação no ano de 2002, com sua primeira Demo intitulada "Be Magic" e de lá pra cá a banda já trilhou vários caminhos. Você se lembra de como foram as gravações desse primeiro trabalho?
Luis Carlos – Marcio, vamos lá, é hora de puxar pela memória (risos)...Bem, lembro que quando fizemos nossa primeira gravação tinhamos quase seis meses de Banda e feito apenas um show, já com o Flaveus (vocalista), pois o anterior já não estava muito comprometido com o trabalho. Foi um trabalho curto até, com quatro músicas apenas, tanto que quando fizemos um show de aquecimento, tocamos essas músicas e mais um cover. Nessa demos estavamos numa “vibe” bem Doom tradicional e foi um excelente cartão de visitas, pois eu mesmo me surpreendi com os elogios em revistas, inclusive citando uma música que já teria nascido clássica. Acho que ainda não merecíamos tanto (risos)
12.Nessa mesma época devido ao total apoio da mídia e da repercussão da primeira Demo a banda participou de 3 coletâneas,“Locos Gringos Have a Party”,“Extreme Underground 2” e “Warriors of Dark Sun” essa depois da segunda Demo lançada, quais foram os frutos colhidos pela banda com mais esses lançamentos?
Luis Carlos – Sim, essa demo causou um excelente impacto da banda pra cena nacional e pintaram esses convites, mesmo a “Warriors” que saiu após a segunda demo contém músicas da primeira. O bom de participar das coletâneas é que acabamos levando nossa música para fãs de outras vertentes do estilo e cada um teve um efeito positivo para nossa carreira, levando nosso nome pra todo Brasil e outros países.
13.Após a segunda Demo da banda, O Statik Majik acabou encerrando suas atividades, qual foi a real causa para que todos tomassem essa difícil decisão?
Luis Carlos – Falta de comprometimento de alguns integrantes com um trabalho sério, então, já estavamos fazendo shows uma hora com baixista convidado, outra hora com guitarrista convidado, aquilo foi me cansando um pouco até eu decidir por encerrar as atividades da Banda.
14.Logo no ano de 2006 a banda volta com força total, já com novo membros, e em 2007 sai seu primeiro EP “Redemption”, sendo o mesmo divulgado em várias cidades em outros Estados como Macaé, Minas Gerais, Uberlândia, sem contar um grande show para mais de 5.000 pessoas, como foi isso, nos conte detalhes sobre essa experiência e fatos interessantes acontecidos com a banda durante esses shows?
Luis Carlos – A conclusão que eu tenho sobre o “Redemption” é que se ele nunca será nosso trabalho, de outra forma será sempre o trabalho que fez com que a Statik Majik de alguma forma se comprometesse em fazer um trabalho mais sério, pois com eles passamos a fazer shows fora do Rio, o ruim disso tudo foi que tinhamos mudado os integrantes na Banda, mas os problemas permaneceram.
15.Mesmo com o lançamento do single “Shadows of Hope” por problemas internos novamente a banda passará por mudanças de membros, os quais até agora permanecem na banda. Você acha que foi preciso tais mudanças, ou algo poderia ser considerado para que um impacto tão grande chegasse a tona?
Luis Carlos – Marcio, eu sou agradecido até mesmo pelos integrantes que nos deram problemas na Banda durante esses 10 anos de atividade, pois você só melhora alguma coisa quando aparece uma ruim. Eu tenho um objetivo com a Statik, ou você está do meu lado ou está fora, simples assim. Para que eu teria alguém que nada acrescenta ao meu lado ? somente me atrasaria. Um dia o André (nosso web designer) me disse uma coisa que eu nunca aceitava: “Carlinhos, você nasceu para comandar. Então, não toque em outra Banda, continue com a Statik”. Percebi que ele estava certo, assumo que eu comando muita coisa na banda até porque eu a criei, mas de forma alguma isso aqui será um “regime autoritário” (risos)...todos na Banda participam contribuem e que me conhece sabe que meu maior orgulho é ter essas pessoas ao meu lado e de alguma forma ter dado uma oportunidade.
16.A banda planeja uma Tour pela Europa incluindo cerca de 12 a 15 shows, como vocês estão lidando com algo tão grande, pois é um sonho almejado por todas as bandas Brasileiras, fato merecido já falando do trio?
Luis Carlos - A gente já vinha pensando na possiblidade de fazer uma tour assim desde o “Stoned”, mas preferimos amadurecer mais enquanto grupo, então, só estavamos esperando o momento certo e acho que pra divulgação do “Wrath” é a hora. A gente deve fazer 12 shows em 15 dias na Europa e também deve rolar uma pequena tour pelo Equador e Peru.
17.No Brasil estamos cansados de ouvir que não existe aquela meia dúzia de bandas que tantos falam, quais as bandas na sua opinião que hoje se destacam na mídia em geral?
Luis Carlos - Comando Nuclear, JackDevil, Glitter Magic, Nervosa, nossa, são tantas, o Brasil têm muitas Bandas boas !
18.Estamos tendo uma avalanche de shows internacionais no Brasil com valores exurbitantes, e quando colocamos uma banda nacional pra tocar, os caras choram por 20,00. O que vc´s acham que acontece de fato na opinião de vc´s?
Luis Carlos – Como eu falei antes, o Brasileiro precisa gostar mais de brasileiro. Tudo bem, cada um faz o que quer da vida, mas a verdade é que muitas dessas Bandas que se paga caro por aqui, está lá fora tocando em pub underground também e pra 50, 100 pessoas.
19.O que vc´s acham dos sites e Blog´s, pois 90% deles é feito de maneira prazerosa e não remunerada como no caso a Die Fight, de que forma esses veículos da mídia podem ajudar uma banda como o Statik Majik?
Luis Carlos - Que vocês são demais ! o que seria de uma Statik Majik ou qualquer outra banda se não existisse um Die Fight ou qualquer outro website ? NADA.
20.O Statik Majik em minha opinião é uma banda que pode ser seguida como espelho para as bandas novas, por sua garra e profissionalismo. Qual conselho vc´s dariam as banda que estão começando no Brasil?
Luis Carlos - Trabalhe, trabalhe e trabalhe, e arrume um tempinho para se divertir também, se você quer levar a música a sério e acha que sempre poderá ir a missa nas manhãs de domingo, ESQUEÇA (risos)
21.Primeiramente obrigado pela entrevista, vida longa a banda. Deixo esse espaço a considerações finais?
Luis Carlos - Marcio, obrigado pelo espaço cedido, um prazer e uma honra figurar na página da Die Fight, que para mim faz um trabalho excepcional e prol do Metal nacional. Tomara que a gente vá logo para SP para fazer um barulho e assim nos encontramos pessoalmente para celebrar a música. Obrigado sempre aos nossos fãs, é para e por eles que estamos aqui. Be Magic !!!
Fonte: diefight.com.br