Mais um entrevista exclusiva do Metal em Portugal.
Leiam os que os Dreadfire tem a dizer.
MeP 1º Os Dreadfire surgiram dos Platinum, porque mudaram o nome da banda e o que os motivou a continuar?
Em primeiro lugar queríamos agradecer o convite, é sempre bom quando vemos os meios de comunicação se interessarem por bandas nacionais. Os Platinum mudaram de nome para Dreadfire porque os membros da banda sofreram uma alteração e, com a ajuda do Tiago Mesquita (produtor com quem gravámos o EP “Face The Storm”), o tipo de som passou a ser outro – mais pesado. Nada tinha a ver com a sonoridade original de Platinum e achámos por bem alterar o nome.
MeP 2º Como se conheceram e o que os levou a este género de música?
A primeira formação que vinha dos Platinum criou-se com base num grupo de amigos na Escola Secundária de Caneças – João Silva (voz e guitarra), Tiago Correia (bateria), Bruno Pereira (guitarra). No entanto, com a saída do João e do Tiago Correia acabámos por ter que procurar novo vocalista, guitarrista e baterista. Nesta procura o meio para encontrar os membros foi completamente diferente : anúncios online.
A formação mais recente é composta por:
Kevin Palma (vocais)
Bruno Pereira (guitarra)
Pedro Soares (guitarra)
Tiago Pereira (baixo)
Thiago Fonseca (bateria)
MeP 3º Lançaram o vosso 1º EP Face TheStorm em Fevereiro de 2012, como está a ser a aceitação do vosso trabalho?
Pois é, já passou um ano! A aceitação foi bastante boa, não tanto no que toca a vendas pois achámos que cometemos um erro em ter falta de stock (o que não vai acontecer nos próximos trabalhos) mas sim nas opiniões gerais do público e da imprensa. Podemos destacar algumas reviews positivas realizadas por sites como: Arte Sonora, Ruído Sonoro e High Voltage. Foi também graças ao Face The Storm que tivemos opurtunidade de participar no Warm-Up do Metal GDL e tocar com Switchtense, por exemplo.
MeP 4º Têm planos para uma edição este ano de 2013?
Iria estar a mentir se dissesse que não. O nosso objectivo é lançar um album algures em 2013 mas preferimos não causar alarido sobre isso ainda. No entanto, podem também esperar um single para breve!
MeP 5º Como estamos de actuações ao vivo? 2012 Foi um bom ano? E 2013?
Em 2012 tivemos uns quantos concertos. Podemos considerar que foi um ano positivo. Uma banda não se mede apenas por quantos concertos dá. Por mais estranho que pareça, há concertos que nem sempre são boa ideia, seja por questões de despesa ou sítios com público inadequado. Não nos dá um grande prazer tocar ao vivo para um público parado e estático a 10 metros de distância. Questões de falta de viatura têm-nos obrigado a ficar pela àrea de Lisboa, mas não é isso que queremos, nós queremos percorrer Portugal.
MeP 6º Qual a vossa opinião sobre o actual panorama do Metal Nacional?
A nossa opinião é de que, em termos musicais, nunca esteve melhor. A globalização, o acesso ao conhecimento musical com a internet e a crescente qualidade das pessoas que fazem disto vida (produtores, enginheiros de som,etc) fazem com que a música nacional seja cada vez melhor.
No entanto, as bandas continuam a ser (e este é um termo muito forte mas verídico) chuladas. Em termos financeiros ter uma banda em Portugal a não ser que tejamos a falar dos Moonspell ou os Devil In Me, é sinónimo de despesa. Ninguém faz do Metal vida a não ser um ou outro produtor e enginheiro de som e os locais de concertos (que na maioria das vezes fogem à lei por não pagarem aos músicos – e às vezes não consideram isso sequer ilegitimo). No entanto, são as bandas que se têm de confortar com isso caso contrário tocam na rua. Se o Metal fosse um género bem aceite geralmente, isso até nem era má ideia...
MeP 7º Dando-vos toda a liberdade de expressão, o que gostavam de dizer como notas finais desta entrevista?
Como nota final gostaríamos de enfatizar o seguinte: Respeitem as bandas Portuguesas.
Uma pessoa que paga 50 euros para ver Metallica e não paga 5 euros para ver um concerto underground com 3 ou 4 bandas boas por ser “muito caro”, não está a proferir palavras simpáticas para os músicos. Obviamente que um concerto de uma banda dessa dimensão nunca deve ser perdido por um verdadeiro fã, mas existem vários pequenos bons concertos por aí por 5 euros. Sejamos honestos, com 50 euros dá para ir a 10 bons concertos.
Os media não dão importância ao Metal Português. As bandas não são underground porque querem. É porque não têm outra hipótese, não há projecção, não há industria, não há nada... no entanto bandas estrangeiras esgotam concertos em Portugal! Isto acontece porque não existe divulgação das bandas portuguesas.
Os locais de concertos também deveriam começar a pensar em respeitarem as bandas. Já vimos o custo de um aluguer de uma noite num local de concertos (que não vamos referir) chegar aos 4 digitos. E as bebidas ficam sempre para o bar – uma mina de ouro. No fundo, os locais de concerto usam a paixão das bandas pela música para obter delas uns lucros bons. Para além disso, eles nem se precisam de preocupar com a publicidade ao evento...as bandas fazem-no por eles! Quantas vezes não vimos as bandas a chamarem tudo o que era pessoa conhecida (goste da musica ou não) ou fazerem spam no facebook sobre concertos? Isto acontece geralmente por motivos financeiros porque as bandas pagaram um aluguer caríssimo e precisam de o compensar, ou recebem à comissão com apenas uma percentagem do bilhete – já de si barato.
A mudança para um panorama musical melhor (e um em que mais bandas poderiam sobreviver à custa da música) só aconteceria com uma união entre os músicos.
Infelizmente, a música, como algumas das artes, não tem nenhuma união forte entre artistas e isso, muito sinceramente é desmotivante. Assim nenhuma banda ganha nada.
No entanto, uma coisa podemos garantir: Nada nos faz mais feliz que ver o nosso público contente e a gostar do espectáculo e é isso que nos move – a paixão pela música.
Entrevista de:
Paulo Teixeira
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